MEU EU BRASILEIRO / MON MOI BRESILIEN

MEU EU BRASILEIRO / MON MOI BRESILIEN
Rodrigo, Erica, Caroline, Ranieri, Adrien. Jackart & Mugiscuè e Companhia Brasileira de Teatro. Franceses e Brasileiros na apresentaçao do dia 20 na Maison de la Poèsie em Paris. Casa lotada. entusiasmo e celebraçao.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Légume(?)

(Pas de Légume!)

VERDURA
"VERTDURATION"

Subitement je me rappelle du vert
La couleur verte
La plus verte couleur qu’on a
La plus joyeuse
La plus triste
Le vert que tu revêts
Le vert que tu revêtait
Le jour où je te vis
Le jour où tu me vis

Subitement j'ai vendu mes enfants
A une famille américaine
Ils ont des voitures
Ils ont de l´argent
Ils ont des maisons
Et l´herbe est cool (bacana)
Uniquement ainsi ils pouvent revenir
Et bronzer sous le soleil de Copacabana

Tradução provisória de
Ivan Justen Santana
sobre a canção-poema VERDURA,
de Paulo Leminski

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


16.02 Os ensaios e a produção da apresentação estão realmente intensos. Diversas saídas pela rua para captação de imagens dos atores nos pontos turísticos de Paris, a leitura de poemas de Leminski por pessoas desconhecidas na rua, formam um suposto Jornal de Vanguarda, uma inspiração direta do programa de TV protagonizado pelo nosso autor nos anos 80.

As dificuldades e diferenças de conceitos, contextos e idéias entre o português e o francês são sem dúvida o nosso principal material de trabalho. Às vezes para explicar um pequeno haicai ficamos horas, dias debatendo debatendo até então, talvez, chegarmos a um lugar comum, possível de traduzir a sensibilidade e a provocação de Leminski.

A música também não nos deixa nenhum minuto....cada poema nos inspira uma canção, nos lembra uma melodia... e como os franceses são melódicos, sonoros, cantores, músicos... como são sensíveis à sonoridade da nossa quase ilhada língua. Eles gostam de nos ouvir falar, cantar (meio desafinados), nos ouvem, menos, às vezes, sem compreender nada.

Mesclar as línguas e gerar um trabalho possível, compreensível, sensível, que possa ser fluído e que possamos nos deleitar com as palavras .... cantá-las talvez!!!!

15.02 DESCARTES COM LENTES

A apresentação de DESCARTES COM LENTES na Paris III ontem foi excelente. Começamos efetivamente a apresentar Leminski aos parisienses, ainda no nosso desconhecido português, mas ouvido com atenção e interesse. Sala lotada de alunos e professores concentrados e se deliciando com as palavras de uma ilha (Brasil) tão distante. Foi como um golpe, um gole e em um suspiro o texto já os tinha transpassado, rasgado, tocado. E Descartes foi então devolvido à sua querida Paris. Um belo e feliz encontro!!! Merci!!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

11.02 Dias intensos de trabalho. Estamos a 3 dias enfiados dentro do teatro das 10h da manhã às 17h da tarde em plena atividade criativa.
Os franceses têm estudado muito sobre o Leminski e cada dia aparecem com propostas novas e muito interessantes. A maravilha da internet e da pesquisa virtual tem os ajudado muito, tem servido de material para a nossa pesquisa. Podemos ver vídeos, ler qualquer poema, ouvir todas as canções.
Aliás a música está muito presente neste trabalho e em cada nova proposta cênica ela está lá. Parece que em Leminski, tudo acaba não apenas em poesia, mas em música também. É incrível o que se pode fazer com um violão!!
Levantamos muitas cenas, investigamos muitas possibilidades de traduções e simultaneidades das línguas. Criamos diversas possibilidades de dizer o mesmo poema. Os haicais ganham formas novas a cada nova tentativa. O material, a forma, mole, dura ou seca está muito viva!!
Agora partimos para um roteiro de cenas para formar distraidamente nosso evento.

** Esta semana recebemos a visita do Francisco Moura, outro ator/diretor curitibano, que conviveu com o Paulo Leminski nas suas empreitadas no antigo Teatro 13 de maio em Curitiba, quando P.L. convida amigos e personalidades para dividar a cena em entrevistas e happenings.
Colaboração valiosa!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

VERDURA

de repente

me lembro do verde

da cor verde

a mais verde que existe

a cor mais alegre

a cor mais triste

o verde que vestes

o verde que vestiste

o dia em que eu te vi

o dia em que me viste

.

de repente

vendi meus filhos

a uma família americana

eles têm carro

eles têm grana

eles têm casa

a grama é bacana

só assim eles podem voltar

e pegar um sol em Copacabana

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Marcio, Nadja e Aurelien Leminskis

Todos nós em frente à Maison


primeiros dias de trabalho - distraídos, mas venceremos!!!!

04.02 - primeiro encontro na casa do Thomas. Falamos um pouco sobre o Leminski, fizemos uma rápida biografia, contamos sobre a nossa pesquisa e mostramos alguns vídeos com o próprio Leminski.
Fizemos um cronograma de trabalho .
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05.02 - primeiro encontro na Maison de la poèsie. Conhecemos o espaço, e nos reunimos no palco numa grande mesa de trabalho para uma primeira leitura dos textos em português e em francês. Fizemos algumas correções de tradução e já cortamos alguns textos que não soaram bem ou não funcionaram (no seu conteúdo) em francês.
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06.02 - mais um dia de trabalho de mesa, numa sala de trabalho no liceu onde mora o Thomas. Fizemos um apanhado das idéias propostas nos primeiros dias, as primeiras impressões e imagens. Cenas, participação da platéia, formas de abordagem da tradução. Escolhemos um poema para os franceses tentarem traduzir, mesmo sem conhecer português. Precisamos também produzir, captar imagens (fotos e vídeos) e além de produzir músicas e canções. Apresentamos a canção VERDURA e começamos a ensinar os franceses a cantá-la.
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07.02 - fizemos aquecimento vocal, apoiados nos trabalhos com Babaya. Retomamos os ensaios de VERDURA. Lemos as traduções de RUMO AO SUMO, feitas pelas franceses e tentamos organizar uma pequena cena, com tradução verdadeira, suposta, inventada etc. Nós também vamos tentar traduzir algo do francês.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

MERDA E OURO/ MERDE ET L'ÔR


MERDA E OURO




Merda é veneno.

No entanto, não há nada

que seja mais bonito

que uma bela cagada.

Cagam ricos, cagam padres,

cagam reis e cagam fadas.

Não há merda que se compare

a bosta da pessoa amada.



MERDE ET L’ÔR



la merde c'est crado

cependant il n'y a rien

que soit plus beau

qu'une crotte de chien



chient les riches et les prêtres

chient les rois et les fées

mais il y a pas de merde a comparer

avec la merde du bien aimé


ULTIMO AVISO

Ultimo Aviso

caso alguma coisa me acontecer,
informem a familia
foi assim, assim tinha que ser

tinha que ser dor e dor
esse processe de crescer

tinha que vir dobrado
esse medo de não ser

tinha que ser mistério
esse meu modo de desaparecer

um poema, por exemplo
caso alguma coisa me suceder,
va que seja um indicio

quem sabe ainda não acabei de escrever


Dernier Avertissement
S'il m'arrive quelque chose
informez ma famille
ce fut ainsi, ainsi c'était
fallait que soit douloureux
ce processus de naître
fallait que soit comme deux
cette peur de ne pas être
fallait que soit mysterieux
cette façon de disparaître
un poéme, par exemple
si quelque chose s'entremettre
il se trouve que soit un indice
ou que je n'ai pas fini de le transmettre

SAUDOSA AMNESIA

Versao 2

AMNESIE NOSTALGIQUE
a un ami qui a perdu la mémoire

La mémoire, chose récente
Jusqu'hier, n'était pas si frivole?
La chose est arrivé avant,
ou, avant, était la parole?
Quand on perd les reminiscences,
pas grand chose on perd.
Les nuages, sont blancs.
La mer? Toujour verte.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Saudosa Amnésia

Saudosa Amnésia
a um amigo que perdeu a memoria

Memoria é coisa recente
até ontem, quem lembrava?
A coisa veio antes,
ou, antes, foi a palavra?
Ao perder a lembrança,
grande coisa não se perde.
Nuvens, são sempre brancas
O mar? Continua verde.



Amnésie Nostalgique
a un ami qui a perdu la mémoire
Mémoire c'est une chose recente
Même hier ce n'était pas si frivole?
la chose est venu avant
ou avant, c'était la parole?
Quand ou perd les remisnescence
pas grand chose se perd
les nuages, sont blanches
La mér? Toujours vert.