MEU EU BRASILEIRO / MON MOI BRESILIEN

MEU EU BRASILEIRO / MON MOI BRESILIEN
Rodrigo, Erica, Caroline, Ranieri, Adrien. Jackart & Mugiscuè e Companhia Brasileira de Teatro. Franceses e Brasileiros na apresentaçao do dia 20 na Maison de la Poèsie em Paris. Casa lotada. entusiasmo e celebraçao.

sábado, 27 de outubro de 2012

quarta-feira, 10 de março de 2010

Légume(?)

(Pas de Légume!)

VERDURA
"VERTDURATION"

Subitement je me rappelle du vert
La couleur verte
La plus verte couleur qu’on a
La plus joyeuse
La plus triste
Le vert que tu revêts
Le vert que tu revêtait
Le jour où je te vis
Le jour où tu me vis

Subitement j'ai vendu mes enfants
A une famille américaine
Ils ont des voitures
Ils ont de l´argent
Ils ont des maisons
Et l´herbe est cool (bacana)
Uniquement ainsi ils pouvent revenir
Et bronzer sous le soleil de Copacabana

Tradução provisória de
Ivan Justen Santana
sobre a canção-poema VERDURA,
de Paulo Leminski

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


16.02 Os ensaios e a produção da apresentação estão realmente intensos. Diversas saídas pela rua para captação de imagens dos atores nos pontos turísticos de Paris, a leitura de poemas de Leminski por pessoas desconhecidas na rua, formam um suposto Jornal de Vanguarda, uma inspiração direta do programa de TV protagonizado pelo nosso autor nos anos 80.

As dificuldades e diferenças de conceitos, contextos e idéias entre o português e o francês são sem dúvida o nosso principal material de trabalho. Às vezes para explicar um pequeno haicai ficamos horas, dias debatendo debatendo até então, talvez, chegarmos a um lugar comum, possível de traduzir a sensibilidade e a provocação de Leminski.

A música também não nos deixa nenhum minuto....cada poema nos inspira uma canção, nos lembra uma melodia... e como os franceses são melódicos, sonoros, cantores, músicos... como são sensíveis à sonoridade da nossa quase ilhada língua. Eles gostam de nos ouvir falar, cantar (meio desafinados), nos ouvem, menos, às vezes, sem compreender nada.

Mesclar as línguas e gerar um trabalho possível, compreensível, sensível, que possa ser fluído e que possamos nos deleitar com as palavras .... cantá-las talvez!!!!

15.02 DESCARTES COM LENTES

A apresentação de DESCARTES COM LENTES na Paris III ontem foi excelente. Começamos efetivamente a apresentar Leminski aos parisienses, ainda no nosso desconhecido português, mas ouvido com atenção e interesse. Sala lotada de alunos e professores concentrados e se deliciando com as palavras de uma ilha (Brasil) tão distante. Foi como um golpe, um gole e em um suspiro o texto já os tinha transpassado, rasgado, tocado. E Descartes foi então devolvido à sua querida Paris. Um belo e feliz encontro!!! Merci!!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

11.02 Dias intensos de trabalho. Estamos a 3 dias enfiados dentro do teatro das 10h da manhã às 17h da tarde em plena atividade criativa.
Os franceses têm estudado muito sobre o Leminski e cada dia aparecem com propostas novas e muito interessantes. A maravilha da internet e da pesquisa virtual tem os ajudado muito, tem servido de material para a nossa pesquisa. Podemos ver vídeos, ler qualquer poema, ouvir todas as canções.
Aliás a música está muito presente neste trabalho e em cada nova proposta cênica ela está lá. Parece que em Leminski, tudo acaba não apenas em poesia, mas em música também. É incrível o que se pode fazer com um violão!!
Levantamos muitas cenas, investigamos muitas possibilidades de traduções e simultaneidades das línguas. Criamos diversas possibilidades de dizer o mesmo poema. Os haicais ganham formas novas a cada nova tentativa. O material, a forma, mole, dura ou seca está muito viva!!
Agora partimos para um roteiro de cenas para formar distraidamente nosso evento.

** Esta semana recebemos a visita do Francisco Moura, outro ator/diretor curitibano, que conviveu com o Paulo Leminski nas suas empreitadas no antigo Teatro 13 de maio em Curitiba, quando P.L. convida amigos e personalidades para dividar a cena em entrevistas e happenings.
Colaboração valiosa!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

VERDURA

de repente

me lembro do verde

da cor verde

a mais verde que existe

a cor mais alegre

a cor mais triste

o verde que vestes

o verde que vestiste

o dia em que eu te vi

o dia em que me viste

.

de repente

vendi meus filhos

a uma família americana

eles têm carro

eles têm grana

eles têm casa

a grama é bacana

só assim eles podem voltar

e pegar um sol em Copacabana

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Marcio, Nadja e Aurelien Leminskis

Todos nós em frente à Maison


primeiros dias de trabalho - distraídos, mas venceremos!!!!

04.02 - primeiro encontro na casa do Thomas. Falamos um pouco sobre o Leminski, fizemos uma rápida biografia, contamos sobre a nossa pesquisa e mostramos alguns vídeos com o próprio Leminski.
Fizemos um cronograma de trabalho .
.
05.02 - primeiro encontro na Maison de la poèsie. Conhecemos o espaço, e nos reunimos no palco numa grande mesa de trabalho para uma primeira leitura dos textos em português e em francês. Fizemos algumas correções de tradução e já cortamos alguns textos que não soaram bem ou não funcionaram (no seu conteúdo) em francês.
.
06.02 - mais um dia de trabalho de mesa, numa sala de trabalho no liceu onde mora o Thomas. Fizemos um apanhado das idéias propostas nos primeiros dias, as primeiras impressões e imagens. Cenas, participação da platéia, formas de abordagem da tradução. Escolhemos um poema para os franceses tentarem traduzir, mesmo sem conhecer português. Precisamos também produzir, captar imagens (fotos e vídeos) e além de produzir músicas e canções. Apresentamos a canção VERDURA e começamos a ensinar os franceses a cantá-la.
.
07.02 - fizemos aquecimento vocal, apoiados nos trabalhos com Babaya. Retomamos os ensaios de VERDURA. Lemos as traduções de RUMO AO SUMO, feitas pelas franceses e tentamos organizar uma pequena cena, com tradução verdadeira, suposta, inventada etc. Nós também vamos tentar traduzir algo do francês.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

MERDA E OURO/ MERDE ET L'ÔR


MERDA E OURO




Merda é veneno.

No entanto, não há nada

que seja mais bonito

que uma bela cagada.

Cagam ricos, cagam padres,

cagam reis e cagam fadas.

Não há merda que se compare

a bosta da pessoa amada.



MERDE ET L’ÔR



la merde c'est crado

cependant il n'y a rien

que soit plus beau

qu'une crotte de chien



chient les riches et les prêtres

chient les rois et les fées

mais il y a pas de merde a comparer

avec la merde du bien aimé


ULTIMO AVISO

Ultimo Aviso

caso alguma coisa me acontecer,
informem a familia
foi assim, assim tinha que ser

tinha que ser dor e dor
esse processe de crescer

tinha que vir dobrado
esse medo de não ser

tinha que ser mistério
esse meu modo de desaparecer

um poema, por exemplo
caso alguma coisa me suceder,
va que seja um indicio

quem sabe ainda não acabei de escrever


Dernier Avertissement
S'il m'arrive quelque chose
informez ma famille
ce fut ainsi, ainsi c'était
fallait que soit douloureux
ce processus de naître
fallait que soit comme deux
cette peur de ne pas être
fallait que soit mysterieux
cette façon de disparaître
un poéme, par exemple
si quelque chose s'entremettre
il se trouve que soit un indice
ou que je n'ai pas fini de le transmettre

SAUDOSA AMNESIA

Versao 2

AMNESIE NOSTALGIQUE
a un ami qui a perdu la mémoire

La mémoire, chose récente
Jusqu'hier, n'était pas si frivole?
La chose est arrivé avant,
ou, avant, était la parole?
Quand on perd les reminiscences,
pas grand chose on perd.
Les nuages, sont blancs.
La mer? Toujour verte.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Saudosa Amnésia

Saudosa Amnésia
a um amigo que perdeu a memoria

Memoria é coisa recente
até ontem, quem lembrava?
A coisa veio antes,
ou, antes, foi a palavra?
Ao perder a lembrança,
grande coisa não se perde.
Nuvens, são sempre brancas
O mar? Continua verde.



Amnésie Nostalgique
a un ami qui a perdu la mémoire
Mémoire c'est une chose recente
Même hier ce n'était pas si frivole?
la chose est venu avant
ou avant, c'était la parole?
Quand ou perd les remisnescence
pas grand chose se perd
les nuages, sont blanches
La mér? Toujours vert.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

AO PÉ DA PENA /AU PIED DE LA PEINE–LA PLUME

AO PÉ DA PENA
.
todo sujo de tinta
o escriba volta pra casa
cabeça cheia de frases alheias
frases feitas
letras feias
linhas lindas
a pele queima
as palavras esquecidas
formas formigas
todas as palavras da tribo
.
por elas
trocou a vida
dias luzes madrugadas
hoje
quando volta pra casa
página em branco e em brasa
asa lá se vai
dá de cara com nada
com tudo dentro
sai
.
AU PIED DE LA PEINE–LA PLUME
.
tout sale d’encre
le scribe rentre à la maison
la tête pleine de phrases d’autrui
phrases toute faites
lettres laides
lignes jolies
la peau brûle
les mots oubliés
formes fourmis
tous les mots de la tribu
.
pour elles
a echangé la vie
jours lumières aubes
aujourd’hui
quand je rentre à la maison
page en blanc et em braise
et l’aile qui s’en va
bute contre le néant – le rien
avec tout dedans
part

um homem com uma dor /un homme qui a mal

um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante
.
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisas que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
.
un homme qui a mal
est plus élégant
marche sur les côtés
comme s’il arrivait en retard
allait de l’avant
.
il porte le poids de la douleur
comme s’il portait des médailles
une couronne un million de dollars
ou des choses qui en vaillent
opiums édens analgesiques
ne me touchez pas cette douleur
elle est tout ce qui me reste
souffrir sera ma dernière oeuvre

PROFISSÃO DE FEBRE /PROFESSION DE FIEVRE

PROFISSÃO DE FEBRE
.
quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento
.
PROFESSION DE FIEVRE
.
quand il pleut,
je pleus – je pleuvois
il fait beau,
je fais,
la nuit,
je nuis,
il y a dieu,
je prie,
il n’y en a pas,
j’oublie,
il pleut encore,
encore, je pleus – je pleuvois,
je siffle dans le vent,
d’ici je me vois,
me voilà,
geste en mouvement

VOYAGE AU BOUT DE LA NUIT

o peito ensanguentado de verdades
rolo na rua esta cabeça calva e cega
não serve mais ao diabo que a carrega
.
la poitrine ensanglantée de vérités
je roule dans la rue cette tête chauve et aveugle
ne sert plus au diable qui la porte

BLADE RUNNER WALTZ

BLADE RUNNER WALTZ
.
Em mil novecentos e oitenta e sempre,
ah, que tempos aqueles,
dançamos ao luar, ao som da valsa
A Perfeição do Amor Através da Dor e da Renúncia,
nome, confesso, um pouco longo,
mas os tempos, aquele tempo,
ah, não se faz mais tempo
como antigamente.
Aquilo sim é que eram horas,
dias enormes, semanas anos, minutos milênios,
e toda aquela fortuna em tempo
a gente gastava em bobagens,
amar, sonhar, dançar ao som da valsa,
aquelas falsas valsas de tão imenso nome lento
que a gente dançava em algum setembro
daqueles mil novecentos e oitenta e sempre.
.
BLADE RUNNER WALTZ
En mille neuf cents quatre-vingt et toujours
ah, quels temps ceux-là
nous dansons au clair de la lune, au son de valse
La perfection de l’Amour à travers la douleur et le renoncement
Nom, j’avoue, un peu long,
mais les temps, ce temps-là,
ah, on ne fait plus de temps
Comme autrefois.
Ça ou c’étaient des heures
des journées enormes, semaines, années, minutes mille ans,
et toute cette fortune-là à temps
on la dépensait avec des bêtises,
aimer, rêver, danser au son de valse,
des fausses valses de si immense nom lent
qu’on dansait em septembre
............... (En mille neuf cents quatre-vingt et toujours)

BEM NO FUNDO /BIEN AU FOND

BEM NO FUNDO
.
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
.
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
.
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
.
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas

BIEN AU FOND
.
au fond, au fond,
bien au fond,
on aimerait
voir nos problèmes
reglés par décret
.
à partir de cette date,
ce chagrin sans remède
est considéré nul
et sur lui - silence perpétuel
.
éteint par loi tout le remords
maudit soit celui qui regarde en arrière,
là en arrière il n'y a rien
et rien de plus
.
mais des problèmes ne se règlent pas,
les problèmes ont une grande famille,
et les dimanches ils vont se promener
le problème, madame
et les autres petits problemots - problemets

NOMES A MENOS / DES NOMS EN MOINS

NOMES A MENOS
.
Nome mais nome igual a nome,
uns nomes menos, uns nomes mais.
Menos é mais ou menos,
nem todos os nomes são iguais.
.
Uma coisa é a coisa, par ou ímpar,
outra coisa é o nome, par e par,
retrato da coisa quando límpida,
coisa que as coisas deixam ao passar.
.
Nome de bicho, nome de mês, nome de estrela,
nome dos meus amores, nomes animais,
a soma de todos os nomes,
nunca vai dar uma coisa, nunca mais.
.
Cidades passam. Só os nomes vão ficar.
Que coisa dói dentro do nome
que não tem nome que conte
nem coisa pra se contar?



DES NOMS EN MOINS
.
Un nom plus un nom égal à un nom
des noms moins, des noms plus.
Moins c'est plus ou moins,
ni tous les noms sont égaux.
.
Une chose est la chose pair ou impair,
autre chose est le nom, pair et pair,
portrait de la chose quand limpide,
chose que les choses laissent en passant.
.
Nom de bête, nom de mois, nom d'étoile
nom des mes amours, noms animaux,
la somme de tous les noms,
ne sera jamais une chose, plus jamais.
.
Des villes passent. Seuls les noms restent.
Quelle chose fait mal dans le nom
qui n'a pas de nom qui compte
ni chose à être contée?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PASSE A EXPRESSÃO / PASSE L'EXPRESSION

PASSE A EXPRESSÃO

.
Esses tais artefatos
que diriam minha angústia,
tem umas que vêm fácil,
tem muitas que me custa.
Tem horas que é caco de vidro,
meses que é feito um grito,
tem horas que eu nem duvido,
tem dias que eu acredito.
Então seremos todos gênios
quando as privadas do mundo
vomitarem de volta
todos os papéis higiênicos.

PASSE L'EXPRESSION

.
Ces dits artefacts
qui diraient mon angoisse,
il y en a de celles qui viennent faciles,
il y en a beaucoup difficiles.
Des fois c'est du verre brisé, TESSON DE VERRE
des mois c'est comme un cri,
des fois je ne doute même pas, je doute plus
des jours j'y crois.
Alors nous serons tous des génies
quand les latrines du monde
vomiraient en retour
tous les papiers culs hygiéniques

DISTÂNCIAS MÍNIMAS / DISTANCE MINIMES

DISTÂNCIAS MÍNIMAS

um texto morcego
guia por ecos
um texto texto cego
um eco anti anti anti antigo
um grito na parede rede rede
volta verde verde verde
com mim com com consigo
ouvir é ver se se se se se
ou se se me lhe te sigo?


DISTANCE MINIMES

un texte chauve-sourisse
s'oriente par echos
un texte texte aveugle
un echo anti anti anti antienne
un cri dans le mur mur mur
revient mûr mûr mûr
avec moi avec avec avec soi
entendre c'est voir si si si si si
ou si si me lui te suis?

ADMINIMISTÉRIO / ADMINIMYSTÈRE

ADMINIMISTÉRIO
Quando o mistério chegar,
vai me encontrar dormindo,
metade dando pro sábado,
outra metade, domingo.
.
Não haja som nem silêncio,
quando o mistério aumentar.
Silêncio é coisa sem senso,
não cesso de observar.
.
Mistério, algo que, penso,
mais tempo, menos lugar.
Quando o mistério voltar,
meu sono esteja tão solto,
nem haja susto no mundo
que possa me sustentar.
.
Meia-noite, livro aberto.
Mariposas e mosquitos
pousam no texto incerto.
Seria o branco da folha,
luz que parece objeto?
Quem sabe o cheiro do preto,
que cai ali como um resto?
Ou seria que os insetos
descobriram parentesco
com as letras do alfabeto?
.
ADMINIMYSTÈRE
Quand le mystère arriverajá
il va me trouver endormi,
moitié samedi,
l'autre moitié, dimanche.
.
Qu'il n'y ait ni son ni silence,
quand le mystère augmentera.
Silence est chose sans sens,
 je ne cesse pas d'observer.
.
Mystère, ce, à quoi je pense,
Plus longtemps, moins lieu.
Quand le mystére reviendra,
Que mon sommeil soit si libre,
qu'il n'y ait pas d'effroi au monde
qui puisse me soutenir.
.
Minuit, livre ouvert.
Des phalènes et des moustiques
atterrissent sur le texte incertain.
Serait-il le blanc de la feuille,
lumière qui ressemble à un objet?
Qui sait c'est l'odeur du noir,
qui tombe là-dessus comme un reste?
Ou les insectes auraient-ils
découvert des liens de parenté
avec les lettres de l'alphabet?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Amor Bastante/ Amour Battant

Quand je t'ai vu
j'ai eu un éclair brillant
c'était comme si je regardai
dans un diamant
et mon regard prenait
milles faces en un instant

Il suffit d'un instant
pour avoir un amour battant

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

premiers textes du blog

Bonjour à tous,

Voici les premiers poèmes traduits de Paulo Leminski.
Les 20 premiers textes de ce blog sont des première propositions faites par Angela Heymann pour l'atelier théâtre du collège Guillaume Budé à Paris. Ce sont des première "mises en mot" et nous espérons que vous nous aiderez à améliorer ces tentatives.
N'hésitez pas aussi à y mettre vos poèmes !
à bientôt

sábado, 31 de outubro de 2009

L’ÊTRE AVANT LA LETTRE

la vie en close

c’est une autre chose

c’est lui

c’est moi

c’est ça

c’est la vie des choses

qui n’ont pas

un autre choix


Paulo Leminski, en français dans le texte